falas do pintor
Pego num lápis enquanto sonho
e desenho em ti sempre mais do que promete o dia.
Pego na pena leve dum pássaro
e coloco uma sombra de chuva no branco sublime
ou no branco só branco
perpendicular ao chão de pedra antiga.
Lajes e lajes solenes enfrentam decididas o tropel do tempo
Os cabelos da lua clara não se agitam.
Sob as arcadas do templo não deram as mãos
o amor e o medo.
Pego num lápis enquanto sonho
e não desenho o sol que me dilacera
desejo tão somente a luz filtrada pelos ramos verdes do silêncio
os pés pisando as folhas húmidas de pranto
o rio sacramental que lave minhas têmporas
ardidas de sal
Segredo que resolve meu ventre retorcido em cólicas
lidas nas páginas implacáveis
dum jornal.
Li me em cada palavra
Gratidão
Obrigado pela mensagem. Votos de Alegrias e Liberdade !…
jcbrites